Sequência de eventos retirada de LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 2006. p. 21-22
Baseando-se nessa sequência de eventos, você vai escrever um texto.
- Uma notícia para um jornal do tipo popular;
- Uma notícia para um jornal voltado para as classes A e B;
- Um interrogatório (que supostamente aconteceu horas depois dos eventos indicados e é presidido pelo delegado junto a você, pessoa que encontrou o cadáver);
- Uma conversa telefônica entre dois amigos (você e a pessoa que achou o cadáver) ou
- Uma crônica.
Engano Básico
O telefone toca. Três horas da
manhã. Deus! Quem ligaria às três da manhã? Atendo, meio assustada, pois sei
que telefone tocando há essa hora é notícia ruim.
_ Alô, quem é?
_ Sou a Sophia.
_ Sophia, não conheço nenhuma
Sophia!
_ É claro que você conhece, deixa
de brincadeira. Preciso de você, me ouve...
A mulher continuava a falar sem
parar e não ouvia uma única palavra que eu dizia. Então, sem ter outra escolha comecei
a prestar mais atenção em sua história. Era surreal!
_ Você sabe que hoje é
terça-feira e tenho consulta no Servidor, coloquei o relógio para despertar às
duas horas da manhã. Ele tocou como louco, até eu conseguir abrir meus olhos e levantar. Fui
ao banheiro...
_ Mulher seja mais objetivo, você
não precisa me contar tudo detalhadamente.
_ Calma, eu só sei fazer as
coisas assim. Você me conhece, tudo nos mínimos detalhes...
_ Tá, então vai, continua!
_ Então, onde eu estava? Ah, fui
ao banheiro, escovei meus dentes, lavei o rosto... A campainha tocou, enxuguei-me
às pressas e sai correndo do banheiro. Atendi prontamente a porta! E adivinha a
minha surpresa?
É claro que eu tive que fazer
uma piadinha com essa fala.
_Era o Luciano Hulk na porta com
um cheque de um milhão do concurso da Sadia!!!
_ Não brinca que a coisa é séria!
Tem um cadáver na minha porta...
_ Como? Um cadáver?
Ri, afinal não estava acreditando muito na história, mas a medida que ela ia contando os fatos a história ficava cada vez mais verossímil.
Ri, afinal não estava acreditando muito na história, mas a medida que ela ia contando os fatos a história ficava cada vez mais verossímil.
_ Sim, olhei na rua e em volta,
mas não tem ninguém! Resolvi ligar para você, me ajude, oque devo fazer?
Como quase amiga que já sou, dei uma
sugestão.
_ Vai lá fora e verifica se ele
realmente está morto. Ele pode só estar desmaiado.
_ Eu já fiz isso e tenho certeza
que ele está morto... Toquei nele e ele está frio como gelo. Tá mortinho da silva!
Oque eu faço? Estou assustado e com medo...e se o assassino estiver lá fora
ainda?
Novamente, com toda a minha
sabedoria e experiência (quem ouve pensa:_ Ela encontra cadáveres todo dia em
sua porta) pedi a ela que ligasse para a polícia. Como naquele momento ela
finalmente se acalmara e estava me ouvindo eu sutilmente lhe perguntei o número
para o qual havia ligado.
_ Liguei para o seu 243.376555.
_ Me ouve, não fica triste não,
mas o número para você ligou foi 243.376554. Mesmo assim fico feliz de ter podido
te ajudar e ser útil. Agora que você está calma. Pega o telefone. Liga para a
polícia e notifica o fato, eles virão logo e o cadáver sai da sua porta. Quanto
à consulta. Remarca para outro dia. Bom, acho que agora já somos amigas. Anota
o meu número e me liga mais tarde para me dizer como tudo terminou...
_ Você tem certeza que eu não
estou falando com a Sophia?
_ Não! Você não está falando com
a Sophia. Você está falando com a Rebeca. Tudo bem?
_ Tudo, né...
_ Anota o número e me liga
depois. Tá! Ou você quer que eu fique na linha até a polícia chegar?
_Você pode?
_ Posso! Afinal é você quem vai
pagar a conta depois...
(Edilene Ferreira da Silva)