segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"(...) todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...). Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos” Paulo Freire.

Depoimentos de experiências com a palavra escrita

Tive meu primeiro contato com a leitura através de uma professora de francês, no Ensino fundamental (Não vale tentar calcular minha idade... quando fiz o Ensino Fundamental, no currículo ao invés do inglês tínhamos como língua estrangeira, o francês ). As aulas eram na sexta-feira e a professora lia para a sala um capítulo do livro "Tistu, o menino do polegar verde". Ficávamos todos ansiosos para que chegasse a próxima sexta-feira para sabermos a continuação da história. Era um momento mágico! Ela lia e nos encantava... 
Nos anos finais, uma professora de português, nos fez fazer teatro e tínhamos que escolher um clássico da literatura brasileira para encenarmos - o meu grupo escolheu "O feijão e o Sonho". Meu gosto pela leitura começou a se moldar e daí por diante me embrenhei cada vez mais nesse mundo, onde eu podia ser e estar em lugares onde jamais havia estado e me refugiar por um breve momento e ser feliz, mesmo quando o mundo lá fora estivesse um caos. Só sei que na 8ª série já havia lido quase todos os clássicos da literatura brasileira e começava a me aventurar por outros horizontes, a literatura americana e inglesa...Tempo de sonho... 
Essa mesma professora; da peça; tinha um método de trabalho diferente. Eramos separados em grupos de cinco ou seis alunos e todas  as semanas ela nos dava um capítulo de um livro; que ela havia escolhido; para analisarmos. Cada componente do grupo  tinha uma função na hora de colocar a analise do capítulo em um caderno que todos os grupos tinham, umas eram secretarias, outros desenhistas, outros tesoureiros, e assim por diante. A analise  me fez interpretar textos com mais facilidade, pois tínhamos que fazer um resumo do capítulo, fazer a analise dos personagens, ver o espaço, o tipo de tempo que autor usava e muito, muito mais, aprendíamos a degustar o texto e extrair dele sua essência. Nessa brincadeira em uma ano lemos e interpretamos, com todas as suas nuances, Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Fui abençoada com excelentes professores, que apesar de minha origem humilde me propiciaram essa proximidade com a leitura e fizeram de mim uma pessoa muito mais feliz!
(Edilene Ferreira da Silva)

Vamos Lá - Túnel do tempo. Entrei na escola com 6 anos.  Como esquecer a primeira professora? Dona Leda era maravilhosa, sempre bem arrumada. Também fui alfabetizada com a Cartilha Caminho Suave, adorava os ilustrações  e não via  a hora de chegar na lição do "Z" - Zazá. É claro que  não lembro de todos os detalhes, mas  tem coisas que marcam muito nossas vidas como as muitas repetições dos desenhos das letras,  o caderno de caligrafia, passávamos horas e horas com esse caderno para nossa letra ficar bem redondinha e legível  A professora sempre lia histórias e o que mais me chamava a atenção era a forma como ela dramatizava as histórias parecia que participávamos dela. 
(Diana Di Franco Cunha)


Quando cursava o Ensino Fundamental, nós tínhamos que ler em todo bimestre um livro na disciplina de Português, pois depois da leitura passávamos por uma avaliação sobre o livro que era indicado pela professora. Eramos cinco amigas inseparáveis, que dormíamos umas nas casas das outras, para ler o livro, mas nem sempre conseguíamos dar conta de ler todo o livro, pois queríamos era falar sobre outras coisas, como sobre nossos paqueras, comidas, roupas e festas, então a leitura do livro sempre acabava ficando em segundo plano. Mas quando a data da avaliação se aproximava, nós nos reuníamos para ler, e nossas mães ficavam nos vigiando para ver se estávamos lendo ou não.Mas essa época do Ensino Fundamental passou e nós cinco amigas, tomamos rumos diferentes, onde três delas hoje são professoras, uma é analista de contabilidade e a outra simplesmente se casou e faz o que mas gosta cuidar da sua casa.Penso eu, que se minha mãe não tivesse me vigiado em algum momento da época do Ensino Fundamental, não seria hoje o que sou "professora". Sou sincera, a leitura não é meu forte, mas sempre que posso faço minhas leituras, para assim, poder me atualizar perante aos meus alunos, que requerem de mim, meu conhecimento específico e cultural.
(Aline Behlau)